segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Resenha sobre " A universidade no século XXI-para uma reforma democrática e emancipatória da universidade", de Boaventura de Sousa Santos.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. São Paulo: Cortez, 2005.
Segundo Boaventura de Sousa Santos , toda e qualquer Instituição atravessam por vários desafios, crises, transtornos, contradições, fatores esses que devem ser superados com o passar do tempo, nas Universidades não é diferente. O autor da bibliografia citada à cima, nos mostra 3 (três) do seu ponto de vista sobre os fatores que geram a crise Universitária. O primeiro chamou- o de crises de hegemonia no qual compreende-se que é fator resultante de atribuições funcionais de idéias contraditórias, pois uma vez que o papel da Universidade era formar as mais altas elites na idade média, e hoje é formar de “maneira disfarçada” uma grande quantidade de mão de obra qualificada para o mercado de trabalho;
O segundo, a crise de legitimidade que se caracteriza pela perda de consenso dentro das Universidades, em que se cria uma contradição entre a hierarquia do saber restringindo-se a uma minoria (pequena quantidade de pessoas) confrontando-se de frente com as exigências sócio políticas, que defende uma democratização do ensino superior, a fim de formar todo e qualquer cidadão, independentemente de sua classe social;
O terceiro, a crise de institucionalidade é explicada pelo modelo neoliberal que está em voga na atualidade, as Universidades estão abrindo-se para o mercado transnacional, amparados pelo Banco Mundial e a OMC (Organização Mundial do Comércio), também estão sendo estimuladas a uma acumulação privada, no qual acarreta, assim, a descapitalização da Universidade pública, forçando estas instituições a captar maiores recursos.
Para o autor a crise Universitária por via da descapitalização é um fenômeno global, ainda que difere as conseqüências no centro, nas periferias e nas semi-periferias mundiais.

As IES (Instituições de Ensino Superior) do Século XXI passam por processos constantes de transformações, muitas variáveis precisam ser observadas para minimizar as possibilidades de êxito das Faculdades.
É notável ascendência das despesas mundiais com a educação: “desde o inicio da década de1999, os analistas financeiros tem chamado a atenção para o potencial de a educação se transformar num dos mais vibrantes mercados no século XXI. (SANTOS p18).
Nos últimos anos a demanda por Instituições de Ensino Superior apresentou um crescimento considerável, porém, a oferta ainda é muito maior que a procura. Esses são os principais entraves a serem solucionados pelos gestores das instituições.
Alguns pontos precisam ser vistos com atenção especial, questões relacionadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável devem fazer parte da visão e da missão dessas IES.
O primeiro ponto relaciona-se as Faculdades que devem elaborar um plano de marketing eficiente, com o objetivo de encontrar variáveis que possibilitem o aumento da demanda e ao mesmo tempo destaque a importância de valores ambientais no meio acadêmico das instituições.
As universidades do século XXI devem ter o compromisso muito além do “gerar o saber”. As instituições precisam de um comprometimento muito maior na relação docente e discente: a busca da excelência na prestação de serviço, o tratamento do aluno como cliente, sem esquecer do compromisso e do envolvimento com os educandos, a fim de proporcionar um ambiente de ensino – aprendizagem favorável a todos.
Outro ponto relevante que precisa fazer parte dos empreendimentos educacionais de nível superior, diz respeito à tecnologia. Uma Faculdade deve possuir ferramentas tecnológicas com a finalidade de fortalecer sua marca no mercado. Somente por meio de recursos tecnológicos a instituição pode interagir deforma integrada com instituições de outros estados e outros países.
Para alcançar a excelência na prestação de serviços os erros precisam ser reduzidos ao máximo, diante de um mercado altamente competitivo não é admitida qualquer forma de despreparo por parte das instituições. Por isso a mão de obra deve ser altamente qualificada e capacitada, tanto do corpo docente como dos gestores envolvidos no planejamento estratégico das instituições de ensino.
As parcerias institucionais devem ser formadas com todos os segmentos de mercado, a fim de fortalecer a empresa, outra parceria fundamental é com outros países, a fim de incentivar um movimento transnacional do consumidor.
Ao observar esses pontos citados a cima, percebemos que são fatores que possibilitam o sucesso desses empreendimentos, para que as instituições de ensino superior cresçam de forma saudável. As Universidades têm que abrir e se tornar vulnerável às pressões dos clientes, pois se sabe que há uma concorrência entre os operadores de ensino, ou seja, o estimulo para a flexibilidade e adaptabilidade às expectativas dos empregadores, e o ingresso dos estudantes com o mais retorno do capital investido.
O produto privado do consumidor da educação superior tem como meta estabelecer filial no estrangeiro com finalidades de vender seu produto. Finalmente a presença das pessoas tem por finalidade colocar um determinado produto, seja o professor ou diretamente a pesquisa, dando uma grande qualidade aos profissionais educacionais.
A grande amplitude de projetos de mercadorização da educação, seja essa patente na educação primária, secundária, ou superior de adultos e outros, inclui transnacionalização de serviços, de teste de língua e recrutamento de estudantes, e avaliação de cursos e programas para os docentes universitários.
O texto de boa ventura foi muito bem “amarrado” no que diz respeito as novo modelo de universidade, porém temos que (re)pensar a idéia de uma universidade para todos, não basta ser apenas um slogam da Secretaria Nacional de Educação, se o acesso a universidade não é mérito de todos, uma vez que muitos programas, plataformas e etc., vem surgindo como uma forma de mascarar o péssimo ensino publico e até mesmo privado nas instituições brasileiras. Não digo como o autor encarar o novo com o novo, mas observar o velho como resposta para o novo. E assim, nós docentes, professores, graduandos e pós-graduandos temos que ter comprometimento em transformar esse paradigma.
Neste ínterim, sugerimos a leitura do livro de Boa ventura como uma das bases de estudo sobre a universidade no que tange a reforma democrática e emancipatória, no nosso século.Obra clara que demonstra passo a passo sobre tais processo e esclarece-nos sobre o verdadeiro papel da universidade.
Escrito por
Andson Rabelo
Layza Monteiro
Marinildo Pereira
Tiago Tenório

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