segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Resenha sobre " A universidade no século XXI-para uma reforma democrática e emancipatória da universidade", de Boaventura de Sousa Santos.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. São Paulo: Cortez, 2005.
Segundo Boaventura de Sousa Santos , toda e qualquer Instituição atravessam por vários desafios, crises, transtornos, contradições, fatores esses que devem ser superados com o passar do tempo, nas Universidades não é diferente. O autor da bibliografia citada à cima, nos mostra 3 (três) do seu ponto de vista sobre os fatores que geram a crise Universitária. O primeiro chamou- o de crises de hegemonia no qual compreende-se que é fator resultante de atribuições funcionais de idéias contraditórias, pois uma vez que o papel da Universidade era formar as mais altas elites na idade média, e hoje é formar de “maneira disfarçada” uma grande quantidade de mão de obra qualificada para o mercado de trabalho;
O segundo, a crise de legitimidade que se caracteriza pela perda de consenso dentro das Universidades, em que se cria uma contradição entre a hierarquia do saber restringindo-se a uma minoria (pequena quantidade de pessoas) confrontando-se de frente com as exigências sócio políticas, que defende uma democratização do ensino superior, a fim de formar todo e qualquer cidadão, independentemente de sua classe social;
O terceiro, a crise de institucionalidade é explicada pelo modelo neoliberal que está em voga na atualidade, as Universidades estão abrindo-se para o mercado transnacional, amparados pelo Banco Mundial e a OMC (Organização Mundial do Comércio), também estão sendo estimuladas a uma acumulação privada, no qual acarreta, assim, a descapitalização da Universidade pública, forçando estas instituições a captar maiores recursos.
Para o autor a crise Universitária por via da descapitalização é um fenômeno global, ainda que difere as conseqüências no centro, nas periferias e nas semi-periferias mundiais.

As IES (Instituições de Ensino Superior) do Século XXI passam por processos constantes de transformações, muitas variáveis precisam ser observadas para minimizar as possibilidades de êxito das Faculdades.
É notável ascendência das despesas mundiais com a educação: “desde o inicio da década de1999, os analistas financeiros tem chamado a atenção para o potencial de a educação se transformar num dos mais vibrantes mercados no século XXI. (SANTOS p18).
Nos últimos anos a demanda por Instituições de Ensino Superior apresentou um crescimento considerável, porém, a oferta ainda é muito maior que a procura. Esses são os principais entraves a serem solucionados pelos gestores das instituições.
Alguns pontos precisam ser vistos com atenção especial, questões relacionadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável devem fazer parte da visão e da missão dessas IES.
O primeiro ponto relaciona-se as Faculdades que devem elaborar um plano de marketing eficiente, com o objetivo de encontrar variáveis que possibilitem o aumento da demanda e ao mesmo tempo destaque a importância de valores ambientais no meio acadêmico das instituições.
As universidades do século XXI devem ter o compromisso muito além do “gerar o saber”. As instituições precisam de um comprometimento muito maior na relação docente e discente: a busca da excelência na prestação de serviço, o tratamento do aluno como cliente, sem esquecer do compromisso e do envolvimento com os educandos, a fim de proporcionar um ambiente de ensino – aprendizagem favorável a todos.
Outro ponto relevante que precisa fazer parte dos empreendimentos educacionais de nível superior, diz respeito à tecnologia. Uma Faculdade deve possuir ferramentas tecnológicas com a finalidade de fortalecer sua marca no mercado. Somente por meio de recursos tecnológicos a instituição pode interagir deforma integrada com instituições de outros estados e outros países.
Para alcançar a excelência na prestação de serviços os erros precisam ser reduzidos ao máximo, diante de um mercado altamente competitivo não é admitida qualquer forma de despreparo por parte das instituições. Por isso a mão de obra deve ser altamente qualificada e capacitada, tanto do corpo docente como dos gestores envolvidos no planejamento estratégico das instituições de ensino.
As parcerias institucionais devem ser formadas com todos os segmentos de mercado, a fim de fortalecer a empresa, outra parceria fundamental é com outros países, a fim de incentivar um movimento transnacional do consumidor.
Ao observar esses pontos citados a cima, percebemos que são fatores que possibilitam o sucesso desses empreendimentos, para que as instituições de ensino superior cresçam de forma saudável. As Universidades têm que abrir e se tornar vulnerável às pressões dos clientes, pois se sabe que há uma concorrência entre os operadores de ensino, ou seja, o estimulo para a flexibilidade e adaptabilidade às expectativas dos empregadores, e o ingresso dos estudantes com o mais retorno do capital investido.
O produto privado do consumidor da educação superior tem como meta estabelecer filial no estrangeiro com finalidades de vender seu produto. Finalmente a presença das pessoas tem por finalidade colocar um determinado produto, seja o professor ou diretamente a pesquisa, dando uma grande qualidade aos profissionais educacionais.
A grande amplitude de projetos de mercadorização da educação, seja essa patente na educação primária, secundária, ou superior de adultos e outros, inclui transnacionalização de serviços, de teste de língua e recrutamento de estudantes, e avaliação de cursos e programas para os docentes universitários.
O texto de boa ventura foi muito bem “amarrado” no que diz respeito as novo modelo de universidade, porém temos que (re)pensar a idéia de uma universidade para todos, não basta ser apenas um slogam da Secretaria Nacional de Educação, se o acesso a universidade não é mérito de todos, uma vez que muitos programas, plataformas e etc., vem surgindo como uma forma de mascarar o péssimo ensino publico e até mesmo privado nas instituições brasileiras. Não digo como o autor encarar o novo com o novo, mas observar o velho como resposta para o novo. E assim, nós docentes, professores, graduandos e pós-graduandos temos que ter comprometimento em transformar esse paradigma.
Neste ínterim, sugerimos a leitura do livro de Boa ventura como uma das bases de estudo sobre a universidade no que tange a reforma democrática e emancipatória, no nosso século.Obra clara que demonstra passo a passo sobre tais processo e esclarece-nos sobre o verdadeiro papel da universidade.
Escrito por
Andson Rabelo
Layza Monteiro
Marinildo Pereira
Tiago Tenório

A Universidade do século XXI

A Universidade e suas Crises

Boaventura de Sousa Santos

Boaventura de Sousa Santos, sociólogo, professor catedrádico faculdade de economia, e da universidade Coimbra, cita em sua obra denominada “A Universidade do Século XXI”, no inicio relata que sua primeira versão apresentada em Brasília, em 2004, no Calendário Oficial do Ministério da Educação do Brasil.

Em seu livro ressalta questionamentos sobre aspectos que a universidade apresenta ao longo de sua evolução. Identificando três crises, nas quais a universidade se defronta.

A primeira crise, a hegenomia, a qual, de um lado a nata da sociedade com pensamentos crítico, e conhecimentos exemplares, necessários à formação resultante da universidade desde a Idade Média européia.

Do outro lado a mão de obra qualificada com padrões culturais de médio conhecimento, deixou a universidade fora de desempenhar suas funções sobre esse aspecto o ensino tende para o tecnicismo deixando a universidade para a produção da pesquisa, porém com isso entra numa crise de hegemonia, ou seja, a supremacia de um povo sobre a universidade a través da cultura da sociedade.

A segunda crise trata, a crise da legitimidade, sendo causada pelo impacto que a universidade provocou por ter deixado de ser uma instituição consensual, passiva as mudanças, adotando restrições ao acesso, dos discentes quanto à seletividade dos docentes, por outro lado a própria sociedade com sua política de democratização, onde a igualdade era um dos objetivos, que permitia o acesso de oportunidades para os filhos das classes populares.

A terceira crise, nesta crise observa-se uma contradição entre a autonomia e a pressão social para direcionar os objetivos para natureza empresarial ou social.

A analise Boaventura é na universidade pública, principalmente nos países centrais, está longe de resolver suas crises, no entanto tendo que conviver com essas crises na tentativa de evitar seu crescimento. Percebe-se também que nos últimos dez anos as transformações e os impactos democráticos na unniversidade pública de forma criativa no liminar doem século XXI.

Pelas razões acima descritas, recomendo enfaticamente o livro por possibilitar um entendimento mais profundo dessas transformações, e suas conseqüências na prática diária de nossas universidades e na busca de alternativas na superação dos impasses apresentados. O livro traz importantes subsídios para essa tarefa.

Por se tratar de obra de conteúdo crítico, apresentam-se como leitura indispensável para pesquisadores da área, estudantes de Pós-Graduação e de Graduação. Lembrando que a história da universidade é parte da história da educação, recomendamos também o livro para professores e pesquisadores do campo. Sua leitura será certamente enriquecedora para suas reflexões e análises.

Resenha do livro A Universidade do Século XXI: Para uma Reforma Democrática, organizada por Adélia Almeida de Freitas (Ananindeua, 2009)

Pedagoga, e Especialista em Docência ao Ensino Superior

FACULDADE PARAENSE

FACULDADE PARAENSE


MISSÃO
Promover uma educação de qualidade, fundamentada nos princípios éticas e sócias, e numa proposta pedagógica que garanta a aquisição de uma graduação com excelência de conhecimentos, desenvolvendo habilidades profissionais com competência,e atitude que promovam sua realização.
NEGÓCIO :
Na formação da graduação a universidade tem um papel decisivo. Por isso é essencial que a escolha do lugar onde estudar a graduação seja feita com convicção e que a filosofia e a proposta pedagógica da universidade tenha ficado claro, pois educar é uma parceria conjunta; faculdade-sociedade-familia.
PRINCÍPIOS
Há 15 anos estamos construído uma proposta de educação construindo uma proposta de educação baseada em dois fundamentais: formação profissional de cidadãos éticos, e formação de cidadãos competentes. Esta proposta além de ser a razão de existir nossa faculdade é também um principio que orienta cada uma de nossas atividades.

DIAGNÓSTICO SITUCIONAL:

PONTOS POSITIVOS
-FATORES INTERNOS
Professores capacitados;
Salas climatizadas, biblioteca ampla;
Laboratório de informática;

FATORES EXTERNOS
Grande concorrência em relação ao curso Graduação em Pedagogia e Licenciaturas Plenas
Ótima estrutura, com salas amplas e climatizadas

PONTOS NEGATIVOS

-FATORES INTERNO
A faculdade não tem estacionamento
-FATORES EXTERNOS
A localização da faculdade.
Ameaças de assalto

COMPETÊNCIA COMPETITIVAS
AS principais competências da faculdade eé preparar o graduando com as novas tendências para o mercado de trabalho.
VISÃO
Ser uma faculdade reconhecida como referencial de excelência, no ensino, vivencia de valores sociais, sustentabilidade e responsabilidade social.

Aluna: Adélia Almeida de Freitas

PROJETO: ATENDIMENTO NOTA 10

Identificação: Reforma da Secretaria
Proponentes Públicos-alvo: coordenadores, professores, pessoal de apoio; zeladores. Agente de portaria. Assistente administrativo.
Apresentação do projeto: O bom atendimento de uma faculdade está em parte no atendimento que a secretaria apresenta ao atender as pesoas que dela utilizam os serviços; tanto a clientela externa quanto a clientela interna pois seu desempenhop com qualidade reflete no atendimento
Cenário: Faculdade Paraense, situada na Trav. Carlos Gomes No 25 - Centro abrangendo parte da área do Comercio de Belém, com funcionamento diário em horário comercial, oferece curso de graduação em pedagogia, e licenciaturas em português, matemática, ciências, geografia, e educação inclusiva.
Problema detectado: embora nossos colaboradores e funcionários estejam constantemente procurando aperfeiçoar-se como profissional para atender as necessidades do público que freqüenta a faculdade, ainda percebe-se a necessidade de melhorar no atendimento e ambiente da secretaria da faculdade. Eu enquanto Professora e funcionaria desta faculdade observo que podemos melhorar tal ambiente; melhorar a iluminação, aumentar o número de computadores; climatizar e aumentar o numero de atendentes, pois se constata que o aperfeiçoamento seja importante para agregar valores e qualificar melhor tanto o atendimento quanto ao ambiente de trabalho para os que ali trabalham.
Relevância contribuição: vários fatores contribuem para o sucesso de uma secretaria organizada, e o atendimento à clientela com qualidade garante o sucesso da faculdade.
Objetivos: Qualificar o atendimento com eficiência e rapidez
Procedimentos:
Apresentação do projeto quanto as mudanças aos funcionários em geral. Construção e procedimento seguir, pesquisas de preços de materiais que vão ser utilizados na reforma.
Recursos:
Humanos: empresas empreiteiras, e colaboradores.
Financeiro: R$ 5.000, sendo R$ 3.500 para os materiais e R$ 1.500 para material de apoio.
Material: projeto, papéis, ar condicionado, som, apostilas, folder e vídeo
Cronograma:
Outubro: (10 e 24) – elaboração do projeto
Novembro: (07,21 e 28) ações de reformas.
Carga horária: 30HS
Verificação: dar-se-á através das observações e acompanhamento das modificações na mudança de ambiente.
AUTORA DO PROJETO: ADÉLIA ALMEIDA DE FREITAS

A Universidade do século XXI

A Universidade e suas Crises
Boaventura de Sousa Santos

Boaventura de Sousa Santos, sociólogo, professor catedratico da faculdade de economia, e da universidade Coimbra, cita em sua obra denominada “A Universidade do Século XXI”, no inicio relata que sua primeira versão apresentada em Brasília, em 2004, no Calendário Oficial do Ministério da Educação do Brasil.
Em seu livro ressalta questionamentos sobre aspectos que a universidade apresenta ao longo de sua evolução. Identificando três crises, nas quais a universidade se defronta.
A primeira crise, a hegenomia, onde de um lado a nata da sociedade com pensamentos crítico, e conhecimentos exemplares, necessários à formação resultante da universidade desde a Idade Média européia.
Do outro lado a mão de obra qualificada com padrões culturais de médio conhecimento, deixou a universidade fora de desempenhar suas funções sobre esse aspecto o ensino tende para o tecnicismo deixando a universidade para a produção da pesquisa, porém com isso entra numa crise de hegemonia, ou seja, a supremacia de um povo sobre a universidade a través da cultura da sociedade.
A segunda crise trata, a crise da legitimidade, sendo causada pelo impacto que a universidade provocou por ter deixado de ser uma instituição consensual, passiva as mudanças, adotando restrições ao acesso, dos discentes quanto à seletividade dos docentes, por outro lado a própria sociedade com sua política de democratização, onde a igualdade era um dos objetivos, que permitia o acesso de oportunidades para os filhos das classes populares.
A terceira crise, nesta crise observa-se uma contradição entre a autonomia e a pressão social para direcionar os objetivos para natureza empresarial ou social.
A analise Boaventura é na universidade pública, principalmente nos países centrais, está longe de resolver suas crises, no entanto tendo que conviver com essas crises na tentativa de evitar seu crescimento. Percebe-se também que nos últimos dez anos as transformações e os impactos democráticos na unniversidade pública de forma criativa no liminar doem século XXI.

Pelas razões acima descritas, recomendo enfaticamente o livro por possibilitar um entendimento mais profundo dessas transformações, e suas conseqüências na prática diária de nossas universidades e na busca de alternativas na superação dos impasses apresentados. O livro traz importantes subsídios para essa tarefa.
Por se tratar de obra de conteúdo crítico, apresentam-se como leitura indispensável para pesquisadores da área, estudantes de Pós-Graduação e de Graduação. Lembrando que a história da universidade é parte da história da educação, recomendamos também o livro para professores e pesquisadores do campo. Sua leitura será certamente enriquecedora para suas reflexões e análises.









Resenha do livro A Universidade do Século XXI: Para uma Reforma Democrática, organizada por Adélia Almeida de Freitas (Ananindeua, 2009)
Pedagoga, e Especialista em Docência ao Ensino Superior

domingo, 13 de dezembro de 2009

A UNIVERSIDADE DO SÉCULO XXI (RESENHA)

SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade no século XXI – para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. São Paulo: Cortez, 2005.

Sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Diretor do Centro de Estudos Sociais.

Resenhistas: Fábio Lima, Fernando Ponçadilha, Sabrina Duarte.

Em A Universidade no século XXI, Boaventura Santos traz à tona a discussão sobre o processo de democratização do ensino superior frente à emancipação da universidade contemporânea, procurando responder – de forma clara e objetiva – três perguntas-base que norteiam o debate que sua obra suscita, sendo elas: O que aconteceu nestes últimos dez anos? Como caracterizar a situação em que nos encontramos? Quais as respostas possíveis aos problemas que a universidade enfrenta nos nossos dias? Dividido em duas partes, o autor destina à primeira a análise das transformações ocorridas no ensino superior e suas influências no desempenho das universidades públicas; e à segunda, a apresentação de princípios básicos que possibilitem à universidade pública atender de forma criativa e eficiente as demandas do século XXI.

Na primeira parte de sua obra, Boaventura assevera que a culpa – se é que realmente existem culpados concretos – da perda da prioridade da universidade pública nas políticas públicas do Estado foi ocasionada pelo modelo neoliberal de economia que, ao invés de induzir ao investimento de políticas que sanassem as debilidades institucionais identificadas, realizou ações avessas a esse propósito ao tempo que tomaram por base essas debilidades como justificativas de uma abertura generalizada do bem público universitário à exploração comercial, criando assim, uma era de mercadorização universitária apoiada pelo Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, transformando os estudantes de cidadãos em consumidores através da eliminação da gratuidade do ensino universitário e a substituição de bolsas de estudo por empréstimos.

O autor comenta que a liberdade acadêmica configura como um obstáculo à tentativa de “empresalizar” a universidade e critica a opinião do Banco Central em relação ao inexorável declínio do poder docente nas salas de aula frente à generalização do uso de tecnologias que promovam o ensino de forma on line. Sob a égide do GATS (Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços), a transnacionalização neoliberal da universidade ocorre sob quatro grandes modos de oferta de serviços universitários mercantis. O processo de desenvolvimento intelectual pluriuniversitário – aquele que visa a contextualização e o confronto com outros tipos de conhecimento – é tido por Boaventura como uma das resoluções apontadas para o processo de reforma.

Na segunda parte de sua obra, o autor apresenta algumas ideias-base pra que se atinja a reforma universitária de forma mais plena e eficaz, listando determinados pontos imprescindíveis para o processo, como o combate às transformações recorrentes na última década com estratégias inovadoras e não com modelos arcaicos que já não representavam à época eficiência. A definição concreta do papel da universidade é uma das características cruciais para a proteção da mesma em relação à concorrência predatória e concomitantemente a vitimização da sociedade por práticas de consumo fraudulentas. Na continuação de seu texto, Santos ainda perpassa por noções de acesso ao ensino público de ensino, situações comparativas entre países como Estados Unidos, África do Sul e Brasil – e algumas de suas regiões – e um pequeno cenário sobre a situação da universidade privada. Por meio de desses e outros subtemas propostos e deslindados, fica claro que o primordial é, sempre, “enfrentar o novo com o novo”.

E, por fim, é certo que o debate em torno do perfil excessivamente elitista da academia vem desde os tempos mais remotos cristalizado na afirmação grega do saber cognitivo em oposição ao saber tácito apoiado na técnica e na experiência sensível.Esse perfil é levado às últimas conseqüências pela mentalidade medieval quando do surgimento das universidades, aliás, o próprio autor destaca que a produção de alta cultura, necessária à formação das elites, era uma das funções tradicionais das universidades.Acontece que isso não foi suficiente para responder às demandas dos seres humanos a partir da chamada revolução industrial. E o que aconteceu foi que a própria universidade teve que investir em conhecimentos instrumentais, úteis na formação de mão de obra qualificada exigida pelo modelo capitalista de desenvolvimento.

O balanço do que aconteceu nos últimos dez anos com o ensino universitário no Brasil, sobretudo o impacto ocorrido nas universidades públicas, segundo a avaliação do autor, uma clara opção pela mercadorização da universidade, é uma constatação oportuna, mas ao mesmo tempo previsível, na medida em que a partir do final da década de 80 e até meados da década de 90, isso coincide com as reformas da educação superior do governo FHC, e com o curso da globalização neoliberal, até porque essa era a nova ordem do sistema capitalista visando atingir todas as esferas da existência no planeta. Não era previsível a crise desse sistema de mercado em tão curto espaço de tempo.

Em suas respostas, sobretudo na parte que se destina ao QUE FAZER, parece o título do opúsculo de Lênin, apontando rumos à revolução Bolchevick, é feliz Boaventura De Sousa Santos, quando na proposição de idéias-mestras que devam nortear uma reforma criativa, democrática e emancipatória da universidade pública (p.54), constata ser a causa da crise universitária multifacetária e algumas virem de longa data, mas que hoje estão configuradas pela globalização neoliberal. É certo também propor um modo de emancipação contra-hegemônico enquanto alternativa à globalização neoliberal que contemple sobretudo a necessidade de por fim inclusive à histórica exclusão de grupos sociais e seus saberes de que a universidade tem sido vilã ao longo do tempo e, portanto, desde muito antes dessa atual fase da globalização capitalista.

Isso interligado a uma solução que implique interpenetração plena das escalas nacional e global dos conhecimentos. Apoiado, sobretudo, nos novos processos de obtenção e produção de conhecimentos como as redes nacionais e internacionais por onde circulam novas pedagogias, novos processos de divisão dos saberes e compromissos sociais, assentes nas novas tecnologias de informação e comunicação.

De fato o autor afirma que o novo pacto universitário parte assim da premissa que a universidade tem o papel crucial na construção do lugar nacional num mundo polarizado entre globalizações contraditórias. Entretanto, Santos (2005), ressalta que para isso o pacto precisa ser sustentado por forças sociais disponíveis e interessadas em protagonizá-lo. E, por conseguinte, identifica três tipos distintos de protagonistas: 1º A própria universidade pública, ou seja, quem nela está interessado numa globalização alternativa; 2º O Estado Nacional sempre e quando ele optar politicamente pela globalização solidária da universidade; 3º Os cidadãos individual ou coletivamente organizados por grupos sociais, sindicatos, movimentos sociais, redes, governos locais progressistas, interessados em fomentar articulações cooperativas entre a universidade e o interesse público que representam.

E para concluir, entre os princípios orientadores dessa nova prática, destacamos o primeiro: ”Enfrentar o novo com o novo”. Não podemos enfrentar o novo com saudosismos porque as mudanças são irreversíveis. Paulo Freire nos diz que “não devemos aceitar o novo por ser novo e rejeitar o velho por ser velho. Devemos sim, aceitá-los ou rejeitá-los se forem válidos ou não”- Educação e Mudança-1983. O que existiu antes, segundo Santos, foi também imperfeito na forma de produzir o saber e o benefício dele porque pra poucos. A nova resistência tem que envolver a promoção alternativa de pesquisa, de formação, de extensão e de organização que apontem para a inclusão do bem público universitário, ou seja, para a contribuição específica da universidade na definição e respostas coletivas às assimetrias sociais, nacionais e globais.

Entendendo que o caminho das mudanças não só é inevitável e que mesmo a despeito de toda imperfeição, as reformas protagonizadas acabaram respondendo à demanda reprimida de inclusão acadêmica de grande parte da juventude nacional, carente de formação superior qualificante, além de trazer novas tecnologias na apreensão do conhecimento. O que nos leva a constatar que a forma pode não ter sido adequada , mas o mérito permanece correto.

sábado, 12 de dezembro de 2009

SANTOS, Boaventura de Souza. A Universidade no século XXI: Para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. São Paulo: Cortez, 2005.

O presente texto aborda em síntese, o processo conjuntural das universidades nos últimos tempos, abrindo um leque de discussões, sobre os entraves que contribuíram para o lento avanço de uma universidade mais emancipatória e democrática em nosso país, em linhas gerais, podemos citar algumas transformações no sistema de ensino superior e as conseqüências destes na universidade pública, é o que cita Santos (2004), ao mencionar os princípios básicos de uma reforma democrática de ensino, no qual destacamos três aspectos citado pelo mesmo,ocorrido nos últimos dez anos: A crise da Hegemonia pela crescente descaracterização intelectual de uma universidade; A crise da legitimidade, pela crescente segmentação do sistema universitário.
Notoriamente, a crise institucional foi fatal para a universidade e deve-se a diversos fatores entre eles podemos destacar o pouco investimento na educação. Apesar das crises, o mercado transnacional da educação superior e universitária é transformado num vasto campo de valorização do capitalismo educacional. Os diferentes níveis de mercadorização da universidade consistem em estimular pública e superar a crise financeira, com base na geração de receitas próprias, formarem parcerias com o capital industrial, assim como também a universidade pública mostra a sua liberdade e sua identidade institucional, privatizando parte dos serviços que presta. O segundo nível consiste em eliminar preliminarmente a distinção entre universidade pública e universidade privada, elevando as mesmas num conjunto de propostas da gestão universitária com planos de estudo, de formação de docentes e avaliação de estudantes.
Visivelmente, a crise das universidades públicas torna-se um fenômeno global, embora as conseqüências variem por localização geográfica de cada país, diferenciando as mesmas em alguns paises centrais da Europa. A partir de 1997 a UNESCO reconhece a crise financeira das universidades públicas e que as mesmas atingem altas proporções, no âmbito estrutural de programas, equipamentos e de pessoal docente mal remunerado, a situação ficou visivelmente diagnosticada também pelo Banco Mundial, impondo assim medidas que os paises africanos permitissem que o mercado global resolvesse o problema da Universidade. Esta resolução teve por sua vez um efeito devastador nos paises africanos. No caso do Brasil, em 2002, houve o mesmo entrave do banco Mundial na liberação de recursos, onde o mesmo estimula o aumento dos recursos públicos nas universidades, a partir da ampliação do mercado universitário.
A evolução de uma universidade mais renovadora, com várias inovações tecnológicas poderá melhorar a mão de obra qualificada de futuros profissionais das empresas em expansão. Com o avanço e expansão da globalização na educação, O referencial técnico-científico da educação superior a partir da década de noventa passa por transformações impactantes, relacionada à concorrência de mercado das universidades públicas, sendo obrigada a perder um pouco a liberdade acadêmica e buscar condições para se adaptarem às exigências da economia do estado. No mesmo processo a universidade passou a ser uma instituição, não por à cidadania, mas por regra, do consumo com fins lucrativos. O direito a educação sofreu uma grande ruptura e enfraquecimento, com a eliminação da gratuitidade do ensino universitário e a substituição de bolsas de estudo por enpréstimos, foram os instrumentos da transformação dos estudantes de cidadãos em consumidores.
As idéias que mostram à expansão futura do mercado educacional são essencialmente que vivemos em um mundo globalizado, em uma sociedade que emerge por informações e conhecimento cada vez mais eficazes, percebemos, assim que a velocidade de informações são essências à competitividade econômica, as tecnologias de informações contribuem essencialmente para a educação. Entende-se que os recursos que são repassados para a educação são muito grandes, no entanto percebe-se que não há investimento maciço para que possamos ter uma educação de qualidade, onde a educação possa abranger à todos. Neste contexto fica claro que a educação ainda é privilégio de poucos, devido a falta de investimento em massa nas universidades.
Vale ressaltar que a economia baseia-se no conhecimento, pois atinge cada vez mais pessoas qualificadas capaz de criar. Portanto é de fundamental importância que haja nas universidades investimentos aplicados para um ensino de qualidade, justo e aberto para que os mesmos possam estar inseridos no mundo globalizado. Fica claro que as universidades públicas estão privatizando alguns serviços como método de ultrapassar uma crise financeira, e isto identifica o quanto fica difícil para o indivíduo entrar e concluir um curso superior em uma universidade. Compreende-se que o governo dispõe de muitos recursos para instituições privadas, com juros baixos provocando a retirada da oportunidade de criar universidades públicas. De acordo com autor, a maior parte dos países ainda não assumiram compromissos com a educação, entregando à países estrangeiros esta tarefa.
Sabemos que no mundo globalizado faz-se necessário enfrentar o novo como oportunidade de mudanças contextualizada e social do conhecimento, pois as mudanças são irresistíveis e a universidade deve estar receptiva para tais mudanças tendo propostas inovadoras com professores aptos à trabalharem de forma reflexiva e com metodologias atreladas a práticas cotidianas de seus alunos e contexto vivencial mas o que se vivência é uma mal adaptação das instituições devido a crise financeira e justamente a falta de flexibilidade.
Segundo o autor as Instituição devem lutar pela definição de universidade defendido com fervor, pois no século XXI exige a formação graduada e pós-graduada, pesquisa e extensão, porém no contexto atual muitas instituições não puderam sustentar-se devido a falta de investimento.
Atualmente o Brasil vem se destacando, no investimento de ação de políticas públicas, graças a atuação e pressões dos movimentos sociais pela democratização do ensino superior, podemos identificar Prouni que ao se basear em critérios raciais, entende-se que esta política é uma forma de compensar uma educação de má qualidade que o ensino público oferece. Sabe-se que a educação precisa de mais investimentos para que estas políticas possam atingir a todos e não á um pequeno grupo.
Portanto a universidade é o espaço onde o estudante tem o papel fundamental de estar colocando suas idéias e reivindicando seus direitos como ser crítico e atuante na sociedade, e a mesma têm o papel importante podendo estar fortalecendo determinados grupos sociais dentro da universidade.
Alunas: Rosana, Nazaré, Helena, Carla e Daniely

RESENHA: A UNIVERSIDADE NO SÉCULO XXI: PARA UMA REFORMA DEMOCRÁTICA EMANCIPATÓRIA DA UNIVERSIDADE.

FACULDADE IPIRANGA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSO EM
FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO SUPERIOR
TURMA: ESFPES 03

A UNIVERSIDADE NO SÉCULO XXI: PARA UMA REFORMA DEMOCRÁTICA EMANCIPATÓRIA DA UNIVERSIDADE.

BELÉM/PA
DEZEMBRO/2009
JOYCE CRISTINA AMORIM
MARIA LEITE DE SOUZA


A UNIVERSIDADE NO SÉCULO XXI: PARA UMA REFORMA DEMOCRÁTICA EMANCIPATÓRIA DA UNIVERSIDADE.


Resenha apresentada como requisito parcial para obtenção de créditos na Disciplina “A gestão e sua Práxis no Contexto da Inclusão Social”, ministrada pelo Prof. Ms. Marcelo Augusto Lima Vilaça, do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Formação de Professores para o Ensino Superior, da Faculdade Ipiranga.


BELÉM/PA
DEZEMBRO/2009
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Universidade no Século XXI: Para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. [s. l.]: [s. ed.]: 2004.


A UNIVERSIDADE NO SÉCULO XXI

Observando a Legislação Brasileira, vemos ser uma responsabilidade do Estado a educação considerada formal. De fato, é função do mesmo oferecer as possibilidades para o acesso ao ensino sistemático para um Estado ser minimamente democrático.
A Educação escolar deve constituir-se como formadora de verdadeiros cidadãos, ou seja, jamais deve ser elitista, tanto no que se refere ao seu acesso quanto aos objetivos implícitos nos currículos.
Para compreender melhor o exposto aqui, basta analisarmos o decorrer histórico da educação nacional desde a chegada dos portugueses ao país. Nunca a população generalizada teve oportunidade para ser instruída sistematicamente. Se fizermos uma breve analogia, veremos que o mesmo fato que acontecia na Grécia Antiga, concretizou-se também no Brasil, onde na própria sociedade havia ímpar acepção de pessoas, na qual o título de cidadão não era natural, ao contrário era equivalente ao ter o poder.
Mais recentemente, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de nº. 9394/96, encontramos de modo bastante explícito o posicionamento do Estado quanto à educação. Na referida lei, o mesmo compromete-se com a educação para com a sociedade. Também nesta mesma LDB, o ensino é dividido em categorias de educação e que comportam uma sequência e que são estas: Básica e Superior. Sendo que a Básica está dividida em: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Na prática, as políticas nacionais (serviço público) de valorização da educação têm se limitado intensamente ao Ensino Fundamental, tornando inegável, consequentemente, as outras etapas educacionais como mera eventualidade, ou melhor, um grande e elitizado privilégio. Tem de ser entendida, sem dúvida, a educação como serviço público essencial para indistintamente, toda a sociedade. Entretanto, há que se considerar que, mais difícil que o acesso à educação, tem sido a permanência e, por esta razão – oriunda por vários e diversos fatores –, o chamado “direito à educação”, no âmbito prático, vem sendo uma abstração cada vez mais distante, restando, ainda, as lutas utópicas para alteração e transformação na legislação educacional, objetivando genuinamente universalizar os direitos de acesso e permanência quanto à educação e, também, onde esta exerça a função de incentivar e proporcionar as condições necessárias para todo o indivíduo, tornando-se consciente de seus limites e suas possibilidades, de suas realidades local e nacional, de que se constitui como parte integrante e importante, pois através da conscientização, o indivíduo poderá fazer valer o seu direito à educação escolar como direito social, resgatando assim sua cidadania, edificando sua autonomia, buscando libertar-se dos grilhões educacionais herdados historicamente, e empenhando-se para que vigore um nível de cidadania que lhe possibilite usufruir democraticamente dos bens sociais, culturais políticos e econômicos do país.
Podemos contemplar, então, que, na História da Educação no Brasil, sempre houve negligência, no que se refere à falta de compromisso do governo com a educação pública no país, sendo notório também seu intenso apoio às instituições de ensino privado, expondo assim sua tendência liberal ou neoliberal como, a partir das últimas décadas, vem sendo denominada.
As instituições privadas são agraciadas com uma série de isenções fiscais, proporcionadas pelo governo às mesmas, dando-lhes possibilidades de manterem-se atuantes e, assim, o Estado isenta-se de sua responsabilidade de garantir o acesso à educação formal a todo cidadão, em todos os níveis de ensino, como o médio e superior, e não apenas restringindo-se na universalização do ensino fundamental.
Segundo evidenciado por Boaventura (2004), há descompromisso do Estado para com a educação, sendo que “a democratização do acesso à universidade”, gerou o surgimento de um imenso número de instituições de ensino superior privadas, dando origem a uma intensa concorrência entre as empresas pela busca de mão-de-obra qualificada, através dos conhecimentos adquiridos nas universidades.
Porém, muitas contradições foram percebidas, sendo, portanto, muito fácil identificar que há uma banalização do ensino superior, em que muitas instituições que trabalham com este nível de ensino, não têm como meta levar a informação para que haja possibilidade de maior e melhor qualidade na formação dos acadêmicos, mas o que se percebe é que a maioria das instituições de ensino superior privadas, através do treinamento e a capacitação dos professores visam apenas o lucro em detrimento da qualidade de ensino. Para que haja qualidade no ensino, é imprescindível que o saber pedagógico esteja qualificado, de forma que haja a produção e difusão desse saber, e que não se prime apenas pela quantidade de metodologias aplicadas, mas pela qualidade do conhecimento adquirido.
Nota-se que a perda de prioridade na universidade pública no contexto das políticas estatais está totalmente ligada ao descaso dos governantes com as políticas públicas sociais, que são elementos de fundamental importância para o suprimento das necessidades básicas da população, (educação, saúde, previdência), fato caracterizador de um governo neoliberal, onde a universidade é vista como um setor capitalista privado, e com o qual, portanto, estabelece uma íntima relação, pois um funciona como prestador de serviços e outro como consumidor desses serviços, onde exige-se das universidades conhecimentos capazes de suprir as necessidades do mercado, proporcionando lucros através da produtividade e melhores condições de competitividade entre as empresas desvinculando, assim, as universidades do seu compromisso com social, onde o conhecimento é tido como um bem público e não essencialmente comercial.
Sendo assim, expande-se cada vez mais a globalização neoliberal da universidade, onde encontra-se presente a transnacionalização nestas instituições de ensino, onde existe a busca desenfreada em reduzir o financiamento público, apresenta-se com um novo perfil, isto é, voltada exclusivamente para suprir as necessidades do mercado, onde o capitalismo educacional se firma a cada dia. E para que sejam resolvidos os problemas que ocorrem nas instituições públicas de ensino, coloca-se que é imprescindível que as universidades funcionem através de parcerias com o capital, especialmente com as indústrias. E para que possa obter sua própria receita, deve privatizar parte de seus serviços.
O Estado brasileiro, como todo Estado cujas bases encontram-se no sistema capitalista, desenvolve políticas sociais que contemplam especialmente os interesses gerais das classes detentoras de grande poder aquisitivo (capital), apresentando em sua minoria, algumas iniciativas que vão de encontro aos interesses dos trabalhadores, com políticas de cunho paliativo, visando diminuir as inquietações da classe trabalhadora, evitando que haja grandes revoltas ou, até mesmo, revoluções, conseguindo assim incutir uma falsa idéia de que os problemas causados à classe trabalhadora foram resolvidos. Porém, o que é bastante notório, é a má distribuição de renda no país, a qual é geradora das enormes desigualdades sociais presentes na sociedade brasileira, além do imenso desrespeito aos direitos dos cidadãos, os quais só são garantidos apenas no papel, onde foram escritos e editados. A manipulação é evidente, a falta de compromisso dos governantes com o povo que os elegeu e a falta de reconhecimento de seus direitos sociais, políticos, econômicos e culturais.
O autor enfoca que, no mundo globalizado do século XXI, “só há nações na medida em que há projetos nacionais de qualificação de inserção na sociedade global”. Para que a universidade continue como bem público, é necessário que haja reformas, e que partam do pressuposto de que no século XXI, só há universidade se houver formação graduada e pós-graduada, pesquisa e extensão e, para que sejam implementadas, é necessário que sejam sustentadas por forças sociais que se disponham a protagonizá-las; sendo a primeira protagonista a própria universidade pública, providas de alternativas realistas de mudanças, sendo que o segundo protagonista deve ser sempre o Estado Nacional, quando este optar politicamente pela globalização solidária da universidade; e, por último, o terceiro protagonista das reformas propostas pelo autor, são os cidadãos individualmente ou coletivamente organizados, grupos sociais, sindicatos, movimentos sociais, governos sociais progressistas , que tenham interesse em estabelecer relações de cooperação entre as universidades públicas e os interesses sociais que a representam, onde preconceitos sejam quebrados, quanto ao acesso, e que todos, independente de classe social, raça, sexo, para que finalmente haja legitimação da universidade enquanto bem público com real responsabilidade social.
Projetos de inclusão social ao ensino superior foram implementados, devido às crescentes pressões dos movimentos sociais pela democratização do acesso ao ensino superior, como no governo Lula, em que se criou o Programa “Universidade para Todos” (PROUNI), que tem como critério de inserção dos futuros acadêmicos, a questão sócio-econômica e racial. Temos também projetos elaborados pelo Ministério da Educação (MEC), que prevê bolsas de estudo integral para alunos de baixa renda, assim como aos professores da rede pública de ensino, onde estes serão integrados às instituições privadas de ensino que estão inseridas no projeto do governo, sendo estas beneficiadas pelo governo através de isenções fiscais, além de outros privilégios, sendo elas estabelecedoras de critérios da seleção para o preenchimento das vagas disponíveis. E isto vem contribuir para a quebra do tradicional elitismo social da universidade pública.
Mesmo tendo o Estado brasileiro um contexto capitalista de sociedade, faz-se necessário a construção da autonomia da escola pública, em todos os níveis de ensino, não tendo a mesma a falsa idéia de que a privatização é o caminho para resolver os inúmeros problemas enfrentados por elas, mais sendo conscientes de que foram herdados do governo, devido à falta de implementação de políticas públicas que fossem ao encontro das reais necessidades das instituições de ensino superior público no Brasil, e que o MEC não funcione apenas como elemento avaliativo destas instituições de ensino com baixa qualidade , mas que considere que as escolas devem ter a função, não somente de produzir o conhecimento mas socializá-lo, pois sabemos que a educação é fator determinante para formar cidadãos com competências e habilidades necessárias para que possam contribuir de forma satisfatória, tanto para o seu crescimento intelectual como para o desenvolvimento de sua nação.